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terça-feira, 16 de abril de 2013

Viewpoints / Pontos de Vista


PONTOS DE VISTA
TEMPORAIS
PV_A N D A M E N T O
ANDAMENTO
A taxa de velocidade em que um movimento ocorre; quão rápido ou lento algo acontece no palco.

PV_D U R A Ç Ã O
DURAÇÃO
Quanto tempo um movimento ou sequencia de movimentos age. DURAÇÃO, em termos do trabalho com pontos de vista, está especificamente relacionada a quanto tempo um grupo de pessoas trabalhando juntas permanece dentro uma determinada seção de movimento antes que este se modifique.

PV_R E S P O S T A_K I N E S T É T I C A
RESPOSTA KINESTÉTICA
Reação espontânea ao movimento que ocorre fora de você; o tempo dentro do qual você responde a eventos externos de movimento ou som; o movimento impulsivo que acontece a partir de uma estimulação dos sentidos. Exemplo: alguém alguém bate uma palma na frente de seus olhos e você pisca em resposta, ou alguém bate uma porta e você impulsivamente se levanta da sua cadeira.

PV_R E P E T I Ç Ã O
REPETIÇÃO
REPETIÇÃO de algo no palco. REPETIÇÃO inclui (1) REPETIÇÃO INTERNA (repetindo um movimento dentro do seu próprio corpo); (2) REPETIÇÃO EXTERNA (REPETIÇÃO da forma, andamento, gesto, etc., de algo que se dá fora do seu próprio corpo).

PONTOS DE VISTA
ESPACIAIS
PV_F O R M A
FORMA
O contorno que o corpo (ou corpos) faz(em) no espaço. Toda FORMA pode ser dividida em FORMA com (1) linhas; (2) curvas; (3) uma combinação de linhas e curvas.
Portanto, no treinamento com PONTOS DE VISTA, nós podemos criar FORMAS que são arredondadas, formas que são angulares e formas que são uma mistura dessas duas.
Somado a isso, uma FORMA também pode ser (1) sem movimento; (2) em movimento (pelo espaço).
Por último, FORMA pode ser feita por uma das três maneiras: (1) com o corpo no espaço; (2) com o corpo em relação com à arquitetura (criando FORMAS); (3) o corpo em relação com outros corpos (criando FORMAS).

PV_G E S T O
GESTO
Um movimento envolvendo uma parte ou partes do corpo; GESTO é FORMA com início, meio e fim. GESTOS podem ser feitos com as mãos, os braços, a cabeça, a boca, os olhos, os pés, o estômago, ou qualquer outra parte ou combinação de partes que possam ser isoladas. O ponto de vista GESTO é dividido em:
1. GESTO COMPORTAMENTAL. Pertence ao concreto, ao mundo físico do comportamento humano da forma como observamos em nosso dia-a-dia. É o tipo de gesto que você vê num supermercado ou metrô: alguém riscando um papel, apontando, cheirando um alimento, cumprimentando outro alguém, fazendo uma saudação. Um GESTO COMPORTAMENTAL pode dar informações sobre o caráter, sobre uma época, saúde física, uma circunstância específica, clima, roupas, etc. Geralmente é definido pelo caráter de uma pessoa ou pela época e local nos quais ela vive. Também pode ter um pensamento ou intenção por trás. Um GESTO COMPORTAMENTAL pode ser dividido e trabalhado em GESTO PRIVADO e GESTO PÚBLICO, distinguidos por ações que são feitas quando sozinho ou quando sob atenção ou proximidade de outros.
2. GESTO EXPRESSIVO. Expressa um estado interior, uma emoção, um desejo, uma ideia ou valor. É abstrato e simbólico em vez de representativo. É universal e atemporal e não é algo que você veria alguém fazendo normalmente num mercado ou metrô. Por exemplo, um GESTO EXPRESSIVO deve ser expressivo de, ou capaz de veicular, emoções como “alegria”, “dor” ou “raiva”. Ou deve expressar a essência interior de Hamlet como um dado ator a sente. Ou, numa produção de Tchékhov, você pode criar e trabalhar com GESTOS EXPRESSIVOS do tempo ou para expressar “tempo”, “memória” ou “Moscou”.

PV_A R Q U I T E T U R A
ARQUITETURA
O ambiente físico no qual você está trabalhando e como a consciência dele afeta o seu movimento. Quantas vezes assistimos à peças em que há um cenário suntuoso e intricado cobrindo todo o palco e os atores, ainda assim, permanecem com dificuldade na exploração da arquitetura que os envolve? No trabalho da ARQUITETURA como ponto de vista, nós aprendemos a dançar com o espaço, a estar em diálogo com a sala, a deixar o movimento (especialmente FORMA e GESTO) evoluir para fora de nosso próprio espaço. ARQUITETURA é dividida em:
MASSA SÓLIDA. Paredes, chãos, tetos, mobiliário, janelas, portas, etc;
TEXTURA. Se a massa sólida é de madeira ou metal ou tecido modifica o tipo de movimento que criamos em relação com ela;
LUZ. As fontes de luz na sala, as sombras que fazemos em relação a estas fontes, etc;
COR. Criando movimento a partir das cores no espaço, como uma cadeira vermelha entre inúmeras outras pretas afetaria a nossa coreografia em relação a ela;
SOM. Som criado pela arquitetura e a partir dela, o som dos pés no chão, o ranger de uma porta, etc.
No trabalho com ARQUITETURA nós criamos metáforas espaciais, dando forma a sentimentos como “eu estou contra a parede”, “preso entre as rachaduras”, “preso”, “perdido no espaço”, “no limiar”, “alto como uma pipa”, etc.

PV_R E L A Ç Ã O_E S P A C I A L
RELAÇÃO ESPACIAL
A distância entre coisas no palco, especialmente (1) um corpo para outro; (2) um corpo (ou corpos) para um grupo de corpos; (3) o corpo para a arquitetura.
Qual é a gama total de possibilidades de distâncias entre coisas no palco? Que tipos de agrupamentos nos permitem ver com maior clareza uma imagem no palco? Quais agrupamentos sugerem um acontecimento ou emoção, expressam uma dinâmica? Tanto na vida real como no palco, nós tendemos a nos posicionar a dois ou três pés de distância de quem estamos conversando. Quando começamos a atentar para a possibilidade expressiva da RELAÇÃO ESPACIAL sobre o palco, começamos também a trabalhar com menos educação, porém, com distâncias mais dinâmicas de extrema aproximação ou extremo afastamento.

PV_T O P O G R A F I A
TOPOGRAFIA
O panorama (a vista), o padrão de piso, o design que criamos em movimento pelo espaço. Na definição da vista, por exemplo, podemos decidir que a área mais baixa do palco tem grande densidade, o que dificulta o movimento através dela, enquanto a área de cima tem uma densidade menor e, portanto, envolve maior fluidez e tempos mais rápidos. Para entender o padrão de piso, imagine que o fundo dos seus pés estão pintados de vermelho; assim que você se movimento pelo espaço, a imagem que se forma no chão é o padrão de piso que evolui no correr do tempo. Em adição, uma encenação ou marcação de uma performance sempre envolve escolhas sobre o tamanho e a forma do espaço em que trabalhamos. Por exemplo, nós podemos escolher trabalhar em uma faixa estreita de três pés por toda a área baixa do palco ou numa enorme forma triangular que cobre todo o chão, etc.

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BOGART, Anne; LANDAU, Tina. The Viewpoints Book – A Pratical Guide to Viewpoints and Composition. Tradução de Diogo Liberano. New York: Theatre Communications Group, 2005, p. 8-12.

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