Começamos nesta segunda 15 de abril os ensaios de Vermelho. Teremos algumas semanas, duas ou três, de abertura e atravessamento. Estamos fazendo a nossa leitura da obra, leitura esta feita com todo o corpo. Os corpos dos atores, o meu, o corpo da Dominique (assistente de direção). É época de perguntar, mais que responder. Época de arriscar, mais que fechar, mais que se comprometer.
Seguimos especulando sentidos e também testando o corpo. Fazendo as perguntas que não sabemos responder. Horas com o texto na boca, no chão, multiplicando nomes, expressando vontades e coisas sem definição. Se Bartô escreveu o romance, nós agora precisamos inscrever nossa leitura do mesmo; interpretação.
Aos meninos, atores-performers, cabe a ousadia de se deixar ainda durante vários ensaios apenas em busca, no meio do caminho. Disse Vera Holtz que estamos montando um Vermelho Amargo, ou seja, o nosso ponto de vista dos fatos. Que divertido e incrível é descobrir novas vozes para a nossa mesma voz.
Conceitualmente, as possibilidades vão se anunciando. Mas creio ser preciso deixá-las se perderem de nós, para que voltem revestidas de afeto. Estamos judiando o texto, atravessando à força as linhas parágrafos e toda a poesia.
Qual é a ação dramática deste Vermelho Amargo?
O texto de Bartô ainda opera na íntegra. Daqui a pouco, continuará operando, mas já não sabermos se se tratará do romance ou do pleno presente compartilhado com a platéia.
Mais uma vez, agora é seguir...
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