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domingo, 24 de março de 2013

Antoni Tàpies ---

Antoni Tàpies i Puig, marquês de Tàpies (Barcelona, 13 de dezembro de 1923 - Barcelona, 6 de fevereiro de 2012), foi um pintor catalão, considerado como um dos mais importantes do século XX.








Joan Brossa ---

 
Joan Brossa i Cuervo (Barcelona, 19 de janeiro de 1919 — Barcelona, 30 de dezembro de 1998) foi um poeta, dramaturgo, artista plástico e designer gráfico, o máximo expoente da vanguarda artística catalã da segunda metade do XX século.






http://www.joanbrossa.org/index.htm

Chema Madoz ---


Nome artístico de José Maria Rodríguez Madoz (Madrid, 1958), é um fotógrafo espanhol.















poesia visual ---


preciso dos nomes para desdobrar tentativas com mais violência. depois do jogo, vai-se o nome e fica a descoberta, viva e pulsante.

poesia visual. é isso. que seja partindo do wikipedia [http://pt.wikipedia.org/wiki/Poesia_visual]:
poesia visual é o "produto literário que se utiliza de recursos (tipo) gráficos e/ou puramente visuais, de tendência caligramática, ideogramática, geométrica ou abstrata, cujo centramento gráfico-visual não exclui outras possibilidades literárias (verbais, sonoras etc.)". Ou seja, neste sentido, bastando que exista uma informação organizada artisticamente através de elementos gráficos ou visuais, temos um poema visual. Desta forma, mesmo um objeto a ser observado em sua forma tridimensional, assemelhado a uma escultura, por exemplo, desde que composto por elementos que representem signos individuais, inseridos em um contexto de elementos desta mesma natureza, pode ser considerado um poema visual.
Conforme Antônio Miranda, a poesia visual é "uma tentativa de romper com a ditadura da forma discursiva do poema, de vencer o domínio da gramática ou mesmo de superar a construção prosística na poesia.
me chama atenção à coexistência de formas variadas de escrita. essa heterogeneidade está se anunciando com força nesta busca de processo.

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quinta-feira, 21 de março de 2013

penumbra ---

é uma área cinzenta, essa da lembrança. quando penso em memória, penso em penumbra. espaço das indefinições, espaço das deformações, do vir-a-ser. não há clareza quiçá certeza: o que existe é apenas possibilidade. eu penso que este espetáculo só pode acontecer num espaço capaz de ser lá e ser cá, ao mesmo tempo. de ser agora e de ser ontem, de ser mesa e forma sem nome. ao mesmo tempo.

é na penumbra que o espaço se revela e se dissipa. nada dura muito firme se envolvido em escuridão luminosa. em dúvida. lembro sempre de bartô nos escrever eu suspeitava. num dado momento, ele se explica: suspeitar é não ter certeza. algo assim. pois como ter certeza da memória, da lembrança, experiências que modificam o lembrado a todo o instante. com que tinta se pinta aquilo que se lembra, de forma a conservar suas características?

não há possibilidade de apreensão. a lembrança é movediça e da mesma forma como vem, ela some.

assim, este espaço cênico - essa dramaturgia espacial - precisa ser como um quadro em branco para todo e qualquer desastre. como eu costumo dizer, escrever, uma página em branco para o que vier. sem muita forçação.

aqui escrevo especulações. apenas e sempre tentativas.

sobre o tempo
para tanto tenho pesquisado sobre o tempo. sobre a memória. sobre o presente. o presente como único espaço temporal no qual o passado é evocado e o futuro estruturado. não há outro tempo que não este, o agora. dessa forma, trazemos para a encenação uma presença performática. um inevitável diálogo reto - e claro - com o momento da encenação. não se lembra em representação, se lembra apenas quando em presença.

sobre o espaço
impossível desatar-se do chão que se pisa. e, no entanto, o chão que pisaremos é chão de madeira corrida, limpa, clara, pouco maculada. veja: não é chão de casa da infância, não é chão de nada. é chão prenhe de símbolo, é chão ansioso por ser metáfora, para significar os chãos do mundo (todos os chãos que todas as peças de teatro precisarem, neste chão de madeira é possível encontrar).

sendo assim, não me interesso por nada exceto pelo chão tal qual ele se mostra. mas não o quero para simbolizar, para significar aquilo que não tenho. não quero que ele diga nada exceto a própria presença. é aquele chão parte do mundo (mas é também sala de espetáculo). é chão metonímia, um pouco dele diz o mundo, ao mesmo tempo em que ele escorre sendo mundo também (afinal, o é).


estas questões tempo-espaciais são as mais determinantes. a partir delas, teremos condição de escolher que tipo de narrativa a nossa cena deseja evocar. pois então, é seguir.

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quarta-feira, 20 de março de 2013

segunda-feira, 18 de março de 2013



"Léolo", um filme de Jean-Claude Lauzon.

" Uma loucura hereditária que vem do avô e passa pelo pai atinge inexorável as quatro crianças da família. O caçula (Léolo) tenta escapar, refugiando-se na fantasia. Depois de um sonho no qual sua mãe é fertilizada por um tomate portador do esperma de um camponês da Sicília, Léolo nega a nacionalidade franco-canadense e se declara italiano: sempre que chamado de Leolô Lauzon, exige que o chamem de Leôlo Lozone e sonha com a Itália, personificada na vizinha Bianca, filha de imigrantes italianos. Ele lê, observa e registra por escrito a vida da família: seus hábitos (entre os quais, a preocupação com o funcionamento intestinal, centro da atenção de uma leitura clínica), seu cotidiano, o índole de cada um, as internações do avô, do pai e dos irmãos e as visitas que lhes faz, em companhia da mãe, nas alas psiquiátricas dos hospitais da cidade."


domingo, 17 de março de 2013

epígrafe ou epitáfio?

Foi preciso deitar o vermelho sobre papel
branco para bem aliviar seu amargor

concordo. trata-se, não de uma epígrafe, mas sim de uma advertência. o romance que se apresenta após esta abertura é saldo da tentativa - do autor - de aliviar o amargor que sua história (infância) guardava.

foi preciso deitar a mãe morta sobre o papel do livro para diminuir a dureza de sua perda. porém, ao mesmo tempo em que se alivia o amargor, se tatua no papel esta possibilidade: se eterniza o amargo, feito tatuagem.

como diz barthes em seu "a morte do autor": ao escrever seu romance, campos de queirós o perde para o mundo, para todo e qualquer um que o possa ler. e ao perdê-lo, ao mesmo tempo, o multiplica. a dor da perda da mãe se eterniza pois a todo o instante - em algum lugar do mundo - é vivificada pela leitura.

morre o autor para que a obra possa viver. mas conserva-se (mantendo a obra em vida), a persistência da falta.

talvez - eu suspeito - bartolomeu tenha nos feito crer que desejou aquilo que não desejou. ele não quis aliviar o amargor. ele quis cravá-lo de forma irrevogável na pista do tempo. será para sempre amargo este vermelho, desde que seja lembrado, lido, mirado.

afinal, é o autor quem escreve, logo nas primeiras linhas, que é difícil começar um dia sem mentiras. a mentira é útil para sobreviver ao mundo fora dos trilhos. mentir é uma forma de se fazer ainda vivo. sem moralismos. sem ciência nem religião. a vida se confunde com a sua recriação (feita pela poesia).

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terça-feira, 12 de março de 2013

o jogo ---

o jogo com as palavras age como antídoto a tudo aquilo que ainda dói.

sim, é evidente. já diz bartô que foi preciso deitar o horror sobre papel branco para bem aliviar o seu amargor.

mas, sabe?

neste mesmo sentido, nesse mesmo movimento, o jogo com palavras produz inda mais horror, inda mais vida, inda mais chance das coisas não serem tão assim assumidas mortas, tão assumidamente resolvidas.

sabem, coisa resolvida? tipo pai. tipo mãe. tipo vida. tipo morte. é pouco. cabe mais numa linha do que só palavra, do que só verso, do que só palavra.

palavras voam. e brincar com palavras é jogo perigoso de perda e ganho. de tiro e tatuagem.

tá certo que se alivia a dor. mas e se não? e se se aumenta a fulana, ainda mais?

acho que vai pra lá e vem pra cá. at the same time. mais uma vez.

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