como pode, não?
caminhar tanto tempo - em processo - sobre o desconhecido
sobre o espaço vazio
tal qual uma tela
cujo pintor ansioso
vaga
e vaga
sem pingar uma gota de tinta sequer
hoje o cenário chegou
um tabuleiro imenso
de 5 metros
por 5 metros
uma arena quadrangular
cheia de quinas
adesivos
carpetes
cordas
pregos
e grampos
uma cova rasa
amarga
da qual fazer-emos
a poesia nascer
como pode?
a uma semana da estreia
parir um filho
cuja feição
sem dúvida alguma
será desconhecida
completamente desconhecida.
há que se experimentar a dor
para só depois
bem experimentar o prazer.
assim espero
assim espero
...
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